sábado, 21 de junho de 2008

Incertas impressões

[...] ao receber as impressões da noite
ela simplesmente soltou os cabelos
e o mirou nos olhos,
tendo conhecimento de que ele
a tinha como fetiche...
atribuia um poder mágico a ela,
prestava culto aos seus lábios,
às suas costas, aos seus pés...

Mas ele tinha plena consciência de seu estado
e não fazia sentido mostrar-se indisposto.
Sua aflição lhe causava perturbação e náuseas
pela incerteza... e hesitava sempre!

E como enfeitiçado pela sua formosura
batia no peito e mudava o semblante,
a procurava em todos os corais e orquestras
em todos os recitativos e árias

e em vez de encontrá-la sorrindo,
dava de cara com o vidro da janela
e no reflexo, só conseguia enxergar
o frontispício de uma máscara amarela!

3 comentários:

Andréa M. disse...

poema vacilante como as impressões...

na verdade ele é todo impressões.

lindo.

Hanna disse...

Vc está escrevendo muito bem... diria que cada vez melhor...
Tua escrita está bem mais encorpada... enfim adorei ler....

Ra disse...

adorei, Márcio ^^